Parque Cristalino - Potencial turístico que atrai o mundo

www.diariodecuiaba.com.br - 08/02/2007
Com a implantação definitiva do parque, com plano de manejo para o ecoturismo, de forma gradual e ponderada, municípios do redor sairão beneficiados

Turistas do Brasil e do mundo a navegar pelas curvas do rio Cristalino. Outros, em trilhas no meio da mata, a enfrentar trajetos de curta, média e longa duração. Pontos de apoio e fiscalização. Guias capacitados nas comunidades e municípios do entorno, onde também estará a estrutura de recepção e hospedagem.

Em um cenário ideal, este seria um dos resultados da implantação em definitivo do Parque Estadual do Cristalino. A realidade, porém, ensina que a implantação de um modelo como este demanda mais tempo e cuidados do que a tradicional agenda política costuma suportar.

O ecoturismo em áreas remotas é uma atividade de lenta maturação. (...) o crescimento do setor deverá ser gradual e ponderado, precedido de muitas atividades de planejamento e capacitação, diz um trecho de um diagnóstico preliminar ao plano de manejo.

É preciso não apenas informar as populações do entorno sobre as riquezas e fragilidades do parque, mas também assegurar sua inclusão entre os parceiros e beneficiários diretos ou indiretos das estratégias de uso e conservação. Quando realizamos um projeto de educação ambiental na região, muitas pessoas sequer sabiam da existência do parque, relata o coordenador de Unidades de Conservação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Elder Antunes.

Os 184 mil hectares do Cristalino estão situados entre os municípios de Alta Floresta e Novo Mundo. Enquanto o primeiro já dispõe de estrutura para a recepção por conta do aeroporto, hotéis e pousadas - o segundo é visto como um pólo em potencial. Isto porque cerca de 80% das áreas do parque ficam no município que tem 6 mil habitantes. Alta Floresta tem apenas um acesso, que é o rio Cristalino. Novo Mundo seria o pólo para o uso público da unidade.

Nos estudos já concluídos para a produção do plano de manejo, já estão previstas algumas das áreas de uso público como o rio Cristalino, mirantes e a região das nascentes do rio Nhandu, fonte de águas cristalinas e tonalidade azulada chamada de Olho da Xuxa.

Estão previstas ainda trilhas de pequena, média e longa duração. Uma delas, com até dois dias de caminhada, com o auxílio de pontos de apoio para pernoite. Também será preciso um investimento para a construção das entradas oficiais do parque, relata.

Um dos objetivos contidos na proposta é que o uso público da unidade não seja voltado apenas aos ecoturistas de regiões distantes. [Será preciso contemplar] também o público local, gerando oportunidades para lazer e educação ambiental nos finais de semana e feriados voltadas para a população de Alta Floresta e cidades vizinhas.

Na opinião da Superintendente de Biodiversidade da Sema, Eliane Fachin, a consolidação de um parque nestes moldes significaria muito mais do que uma alternativa econômica localizada. Isso mostraria que o desenvolvimento e a preservação podem caminhar juntos na Amazônia.

Áreas desmatadas a serem aproveitadas

As áreas desmatadas no interior do Parque Estadual do Cristalino poderão ser aproveitadas para a implantação das estruturas para o ecoturismo e mesmo em projetos de pesquisa sobre a recuperação de áreas degradadas na Amazônia.

Estamos falando de áreas localizadas nas bordas, não no centro do parque. Então, são espaços ideais para implantar a infra-estrutura física, como um centro de visitantes, relata Eliane Fachin, superintendente de Biodiversidade da Sema.

Entre 1992 e 2001, 13,4 mil hectares foram desmatados na área onde hoje está o parque. Depois da criação da unidade, foram abertos trechos de matas nativas que totalizavam 17 mil hectares.

Com a decisão judicial que restabeleceu os limites originais do parque, estes pontos voltaram a compor a unidade. Nas partes que não forem aproveitadas para o ecoturismo, vamos induzir a recuperação, até mesmo para que se pesquise o reflorestamento na Amazônia.

Proecutur financia projeto de educação

No ano de 2002, o Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia (Proecotur) financiou um projeto de educação ambiental para as comunidades e municípios do entorno do Parque Estadual do Cristalino.

O resultado do trabalho, realizado pela Ong Instituto Centro de Vida (ICV), mostrou que havia receptividade, mas também desinformação. Havia quem achasse que seria um parque de diversões, lembra o coordenador da entidade, Sérgio Guimarães.

Segundo ele, a unidade poderá trazer muitos benefícios à economia da região, por consolidar um pólo de turismo já reconhecido internacionalmente. O parque é um elemento básico para o ecoturismo naquela região.

O Cristalino facilitará, ainda, o acesso a linhas de financiamento para iniciativas sustentáveis. Isso será uma grande oportunidade de emprego e renda para as comunidades do entorno.
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