Incêndios destroem áreas da Chapada Diamantina

O Globo, O País, p. 13 - 25/10/2007
Incêndios destroem áreas da Chapada Diamantina
Seca e baixa umidade do ar ajudam a alastrar chamas

Grandes incêndios estão destruindo extensas áreas na Chapada Diamantina, na Bahia. O período de seca e a baixa umidade do ar ajudam a alastrar as chamas que somente no município de Piatã, na Chapada, a 580 quilômetros de Salvador, já atingem uma extensão de cerca de sete quilômetros. Há incêndios também em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.
São dois focos na região da Chapada, um dos principais destinos de turismo ecológico no país. O primeiro começou há cerca de uma semana e atingiu o entorno da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) onde fica a nascente do Rio das Contas, provocando estragos na fauna e na flora. Uma das maiores preocupações dos ecologistas é que nessa região estão afluentes dos Rios Paraguaçu, São Francisco, além da nascente do Rio das Contas.
- O prejuízo é muito grande e tememos que o fogo atinja as matas ciliares desses rios, o que provocaria um grande assoreamento, aumentando ainda mais os danos - disse o diretor de meio-ambiente do Instituto Sociocultural e Agroecológico da Chapada Diamantina, Antônio Bandeira.

Falta de equipamentos e dificuldade de acesso
A Secretaria de Agricultura de Piatã estima que os incêndios tenham provocado destruição em mais de mil hectares de vegetação. O foco que atinge a Serra da Santana espalha-se por cerca de sete quilômetros. A falta de efetivo e de equipamentos adequados impedem que o fogo seja debelado.
Já na Serra do Periperi, em Vitória da Conquista, novos focos têm aparecido diariamente, devido ao vento e à vegetação seca e rasteira, que favorecem a propagação das chamas. O local abriga a reserva ecológica do Poço Escuro e parte da sua área foi ocupada por famílias há vários anos. Voluntários e bombeiros tentam debelar o fogo, mas o trabalho é dificultado pela dificuldade de acesso aos locais.
Em Manaus, o Greenpeace informou ter enviado ontem uma carta à presidência do Ibama criticando o cancelamento da autorização para a ONG transportar uma tora de castanheira para uma exposição sobre a Amazônia no Rio e em São Paulo. A castanheira, protegida por lei, havia sido queimada e derrubada na região de Castelo dos Sonhos, oeste do Pará. A autorização para a coleta e transporte havia sido dada pelo Ibama, mas foi revogada depois que ativistas da organização foram cercados por cerca de 300 pessoas na região e forçados a ficar quase dois dias na base do Ibama. A árvore foi entregue aos madeireiros.

O Globo, 25/10/2007, O País, p. 13
UC:ARIE

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