Fogo queimou 2,5 mil hectares de áreas protegidas no DF, revela Ibram

Metrópoles - http://www.metropoles.com/ - 13/04/2016
Foram 276 focos em 2015, em parques e unidades de conservação, que atingiram o equivalente a 2,5 mil campos de futebol. Em alguns locais, 100% da vegetação foi consumida pelas chamas. Para reduzir casos este ano, governo prepara plano de prevenção


Para evitar que o clima esquente e pegue fogo, como está ocorrendo na política no momento, o Governo do DF ligou o sinal de alerta na tentativa de reduzir os incêndios com a chegada do período de estiagem. A primeira reunião para tratar do assunto está marcada para sexta-feira (15/4). Tanta preocupação tem um motivo. Em 2015, foi registrado o maior número de queimadas desde 2010. No ano passado, uma área de 12,8 mil hectares (equivalente a 12 mil campos de futebol) virou cinza. Desse total, 2,5 mil hectares estavam em parques e unidades de conservação. Algumas delas chegaram a perder 100% da vegetação.

De acordo com o Relatório de Área Queimada nos Parques e Unidades de Conservação do DF, elaborado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), foram 276 ocorrências no ano passado. Dos 72 parques vistoriados pelo Ibram em 2015, 51 apresentaram áreas queimadas. Entre eles, 10 tiveram mais da metade de sua área queimada. O Parque Urbano Corujas, em Ceilândia, por exemplo, de 3,16 hectares, teve apenas um foco de incêndio, mas ficou completamente devastado.

No entanto, a unidade de conservação que teve a maior área queimada foi a Área de Relevante Interesse Ecológico Granja do Ipê, com 11 focos e 348 hectares perdidos em incêndios no ano passado. As chamas transformaram em cinzas 30,4% da área total do local.

Apenas no monitoramento dessas áreas, houve um gasto de R$ 50.845,64 - ou R$ 20,74 por hectare incendiado. Cerca de 84% da despesa foi destinada à mão de obra, uma vez que foram contratados 30 brigadistas e realizadas ações de educação ambiental. Segundo o Ibram, as medidas buscavam a diminuição de ocorrências dessa natureza no DF. Porém, foram insuficientes.

Altas temperaturas

As altas temperaturas registradas em 2015 também influenciaram na aparição de focos de incêndio florestal. O ano passado foi o mais quente da história do DF desde 1963, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) começou a analisar o clima local. O recorde foi registrado em 18 de outubro, quando os termômetros marcaram 36,4oC.

E o medo é que a ausência de chuvas prejudique novamente as áreas de preservação ambiental. Na semana passada, o Inmet anotou a maior temperatura no mês de abril desde 1963, quando os termômetros chegaram a 31,4oC. No entanto, apesar da falta de chuvas, ainda não há indícios de que a estiagem deste ano seja mais intensa que a de 2015.

"Por enquanto, como os índices de chuva estão dentro da média para os primeiros meses do ano, a tendência é que a seca também siga o padrão verificado anteriormente", explica o meteorologista Mamedes Luiz Melo.

Prevenção

Para evitar que a situação se repita em 2016, a Secretaria de Meio Ambiente lança, na próxima sexta (15), o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF). Para o subsecretário de Áreas Protegidas, Cerrado e Direitos Animais, Romulo Mello, é importante que a sociedade se sinta responsável pelo processo e evite os incêndios florestais.

Entre os objetivos do plano estão a proteção das unidades de conservação, a integração da comunidade e a articulação de ações preventivas e de combate pelo governo local. Uma das medidas previstas é a gestão de resíduos para a redução da queima e das causas de incêndios acidentais, o que inclui o mapeamento de depósitos (de resíduos) e o estabelecimento de rotinas de retirada de locais potenciais de incêndios.

O projeto será coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e executado pelo Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Parque Nacional de Brasília, Estação Ecológica de Águas Emendadas, Jardim Botânico de Brasília, Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília (UnB). Com informações da Secretaria de Meio Ambiente.


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