Dilma mira em eleitor de Marina e amplia áreas de conservação

OESP, Política, p. A7 - 17/10/2014
Dilma mira em eleitor de Marina e amplia áreas de conservação
Novas reservas somam 257 mil hectares, extensão recorde da gestão Dilma; iniciativa ocorre após apoio de ex-ministra a Aécio

Roldão Arruda

Por meio de decretos publicados na segunda e na terça-feira no Diário Oficial da União, a presidente Dilma Rousseff criou seis novas unidades de conservação no País e ampliou outras duas. No total acrescentou 257,7 mil hectares às áreas protegidas. É uma extensão seis vezes maior do que ela havia feito em todo seu mandato. Dilma tomou a iniciativa a 12 dias do 2.o turno das eleições presidenciais e logo após a ex-ministra Marina Silva ter declarado apoio a Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB.
A medida foi aplaudida pelo coordenador do programa de meio ambiente do tucano, Fábio Feldmann, conforme adiantou ontem a coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy. "É em prol do meio ambiente", disse. No final de semana Aécio havia divulgado uma carta abordando temas da agenda sócio ambiental que constavam do programa de governo que Marina apresentara no 1.o turno, comprometendo- se a defendê-los.
Entre todos os presidentes que o Brasil teve desde o início da redemocratização, em 1985, Dilma foi quem menos criou áreas de conservação. O mais efetivo foi Luiz Inácio Lula da Silva, que, em dois mandatos, acrescentou 26,7 milhões de hectares às reservas do País. Em segundo lugar aparece Fernando Henrique Cardoso, com 21,5 milhões de hectares. As áreas surgidas no governo Dilma entre 2011 e 2014 totalizavam 44 mil hectares.
As novas áreas de reserva criadas pela presidente na terça-feira foram os parques nacionais da Serra do Gandarela (MG), com 31,2 mil hectares, e do Guaricana (PR), com 49,3 mil hectares; e a reserva de desenvolvimento sustentável Nascentes Geraizeiras (MG), com 38,1 mil hectares. No mesmo dia ela ampliou em 30 mil hectares a Reserva Extrativista do Médio Juruá (AM), que passará a ter um total de 286,9 mil hectares. No dia anterior, a presidente havia criado três reservas marinhas e ampliado uma quarta, todas localizadas no litoral do Pará.
Crítica. Os processos de criação e de ampliação das áreas tramitavam há anos no Ministério do Meio Ambiente. Ontem, ao comentar os decretos presidenciais, o ativista Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental, uma das mais importantes organizações não governamentais do País na área ambiental, observou que atos dessa natureza em períodos eleitorais não são incomuns. Em nota no site da instituição, disse que as medidas são importantes "para as comunidades envolvidas e para o avanço das lutas socioambientais".
Outra organização da área ambiental, a Associação O Eco, criticou a forma como foi criado o Parque da Serra do Gandarela. A entidade lembrou que uma parte da área era objeto de disputa entre ambientalistas e a empresa mineradora Vale. E que a presidente preferiu o caminho do meio reservando uma área para a mineradora. O parque, inicialmente previsto para ter 38,2 mil hectares, ficou com 31,2 mil.

OESP, 17/10/2014, Política, p. A7

De olho nos eleitores de Marina, Dilma cria reservas ambientais
http://politica.estadao.com.br/blogs/roldao-arruda/de-olho-nos-eleitores-de-marina-dilma-cria-reservas-ambientais/
UC:Geral

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Médio Juruá
  • UC Serra do Gandarela
  • UC Guaricana
  • UC Nascentes Geraizeiras
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.