OESP, Vida, p. A30-A31 - 01/04/2012
Um mergulho nos recifes 'invisíveis' de Abrolhos
Cientistas trabalham para desvendar áreas desprotegidas do maior centro de biodiversidade do Atlântico Sul
Herton Escobar
Ao redor do barco, nada à vista além de água, 360 graus. Caímos no mar equipados e descemos agarrados à corda da âncora, balançando na correnteza como se fôssemos pipas ao vento.
Vinte metros para baixo, encontramos o que procurávamos: grandes cabeços de recife coralíneo, cobertos de esponjas coloridas e encrustados de corais-cérebro, com frades, badejos, budiões e outros peixes recifais se refugiando em suas reentrâncias. Uma paisagem submersa típica do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul da Bahia. Com uma diferença importante: não estamos dentro do parque.
Estamos 2 quilômetros ao norte, em águas não protegidas, e os recifes à nossa frente são parte de um enorme mosaico de ecossistemas coralíneos formados milhares de anos atrás e conhecidos há gerações por pescadores locais, mas só recentemente "descobertos" por cientistas e ambientalistas - que agora estão embarcados numa corrida para recuperar o tempo perdido e proteger esses ecossistemas, essenciais à sobrevivência da biodiversidade e da atividade pesqueira que se alimenta dela.
Há cinco anos pesquisadores vêm extrapolando os limites para mapear e estudar a composição dos 48 mil quilômetros quadrados do Banco de Abrolhos que estão fora da zona de proteção do parque. Um universo marinho maior que o Espírito Santo, onde a plataforma continental (a borda submersa do continente) se estende a até 200 quilômetros da costa, criando um ambiente de águas rasas e mornas que acolhe a maior diversidade de espécies marinhas do Atlântico Sul.
Como resultado desse esforço, capitaneado pela organização Conservação Internacional (CI) e um grupo de oito instituições que compõem a chamada Rede Abrolhos, financiada pelo Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota), vários tesouros biológicos já vieram à tona, resgatados das profundezas de Abrolhos por meio de imagens de sonar, robôs submersíveis e expedições de mergulho. Entre eles, mais de 8 mil km² de novos sistemas recifais, a maior parte deles não visíveis da superfície, em áreas de 20 a 50 metros de profundidade. Chamados recifes mesofóticos ou de meia-luz.
"É o maior banco de corais do Atlântico Sul e só conhecíamos 5% dele", diz o biólogo Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da CI, que trabalha há mais de dez anos em Abrolhos. "Sabíamos que havia muitos recifes fora do parque, mas ninguém tinha mapeado isso até agora." Com esse olhar mais profundo, a área conhecida de ocorrência de recifes no Banco de Abrolhos cresceu 20 vezes, comparado ao que se conhecia até 2008 - restrito, basicamente, ao que era visível da superfície.
Os principais construtores e decoradores desses recifes são os corais-cérebro, do gênero Mussismilia, que formam estruturas alongadas em forma de cogumelo, conhecidas como chapeirões. O registro fóssil mostra que eles eram comuns no mundo todo 15 milhões de anos atrás, mas hoje só existem no Brasil. Uma espécie específica, a Mussismilia braziliensis, só ocorre na costa da Bahia. "Abrolhos é como um fóssil vivo gigante", diz o biólogo americano Les Kaufman, professor da Universidade de Boston e cientista marinho da CI. "Que pode estar a caminho de virar um fóssil morto, se não tomarmos as medidas necessárias para protegê-lo."
Pescaria. A alegria de descobrir os recifes é acompanhada de uma tristeza, ao constatar que a quantidade de peixes presente neles está bem abaixo do esperado para esse tipo de hábitat. Quem frequenta esses recifes há muito mais tempo que os pesquisadores são os pescadores, que se aproveitam desses hábitats privilegiados como campos férteis para sua pescaria - praticada, muitas vezes, de maneira ilegal e perigosa, por mergulhadores conectados a compressores de ar, que passam horas debaixo d'água caçando com arpões.
"Aqui deveria estar cheio de dentão; é o ambiente perfeito para eles", diz o biólogo Matheus Oliveira Freitas, ao voltarmos para o barco, referindo-se a um dos peixes mais visados pelos caçadores.
Aluno de doutorado da Universidade Federal do Paraná e pesquisador associado da CI, Freitas há anos coleta e examina peixes de várias regiões do Banco de Abrolhos para tentar descobrir onde, quando e com que periodicidade cada uma das espécies se reproduz. Informações cruciais para o gerenciamento sustentável da pesca na região.
Ele procura, principalmente, pelos pontos de agregação reprodutiva, locais específicos onde grandes cardumes se formam periodicamente - apenas em determinadas luas do ano - para desovar seus gametas simultaneamente. Para isso, Freitas examina as gônadas dos peixes pescados, o que lhe permite dizer se o animal é macho ou fêmea, se está em "repouso", se desovou recentemente ou está prestes a desovar. Depois relaciona isso com os pontos geográficos e o conhecimento tradicional dos pescadores, juntando pistas sobre o ciclo reprodutivo das espécies.
Também mede e pesa cada peixe e retira amostras de tecido, que podem ser analisadas quimicamente para saber do que o peixe se alimenta.
Por fim, coleta os otólitos, duas "pedrinhas" de carbonato de cálcio que ficam embutidas em um compartimento cheio de líquido entre a cabeça e a espinha dorsal do peixe, funcionando como um órgão de equilíbrio, equivalente ao ouvido interno humano. "É a caixa preta dos peixes", compara Freitas. Fatiados e analisados sob o microscópio, os otólitos têm anéis de crescimento que podem ser contados para estimar a idade do peixe, como se faz com os anéis dos troncos de árvores.
"Não tem como fazer gestão pesqueira sem conhecer a biologia dos peixes", justifica o pesquisador.
Assim como não dá para conservar "às cegas", sem conhecer a fundo a distribuição e o funcionamento dos ecossistemas que se pretende proteger. Esse é o objetivo prático das pesquisas, segundo Dutra: gerar conhecimento científico para embasar uma proposta eficiente de expansão da rede de áreas protegidas no Banco de Abrolhos.
Uma proposta, ressalta Dutra, que seja boa para peixes e seres humanos, beneficiando a pesca e atenuando conflitos com atividades econômicas, como a exploração de petróleo e gás. Para isso, os dados biológicos e minerais gerados estão sendo cruzados com dados econômicos e sociais, para produzir uma espécie de zoneamento ecológico-econômico de Abrolhos. "Temos várias alternativas de proteção, mas qual delas oferece o melhor custo benefício? É isso que queremos saber", afirma Dutra.
Governo quer levar proposta à Rio+20
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende concluir ainda nesta semana uma proposta de ampliação da rede de áreas protegidas do Banco de Abrolhos, que será encaminhada para análise dos governos da Bahia e do Espírito Santo e, em seguida, para consulta pública. A ideia é chegar com uma proposta finalizada à Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, em junho.
As informações são do secretário de Biodiversidade e Florestas da pasta, Roberto Cavalcanti. "Já temos uma proposta de desenho (da ampliação) dentro do MMA, mas que precisamos calibrar com outros ministérios antes de levá-la a público, para não gerar resistência sobre algo que ainda não está decidido", disse ele ao Estado.
"Porém, já está decidido que haverá uma proposta de expansão do Parque Nacional Marinho de Abrolhos e outra, de criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA)", completou Cavalcanti, sem especificar a localização ou o tamanho das unidades. "Estamos bastante otimistas. O clima entre os ministérios e com os Estados é bastante conciliatório. É a riqueza biológica de Abrolhos que motiva todo mundo."
Hoje, só 1,8% do Banco de Abrolhos está sob proteção integral, na forma do parque nacional, que tem cerca de 900 km². Há ainda duas reservas extrativistas (resex), que cobrem quase 2 mil km² de áreas costeiras, e a APA estadual Ponta da Baleia-Abrolhos, de quase 3,5 mil km², considerada por pesquisadores e gestores como um "parque de papel", sem implementação.
Os principais conflitos na região são com a exploração de petróleo e gás, pesca, projetos portuários e criação de camarões em áreas de manguezal.
Ressalvas. Cientistas e ambientalistas são favoráveis à ampliação de áreas protegidas em Abrolhos. Porém, é crucial que essa ampliação seja feita com base em critérios científicos e ecológicos bem definidos - algo que não está ocorrendo, segundo o pesquisador Rodrigo Leão de Moura, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenador da Rede Abrolhos.
Ele diz que a proposta em estudo - que seria de expandir o parque nacional para o leste - "não tem base científica", não garante a proteção de hábitats essenciais nem das áreas de reprodução de várias espécies de peixes. "Não é qualquer expansão que é positiva", argumenta ele. "Estão propondo proteger alvos que não são tão relevantes."
Moura considera prematuro apresentar uma proposta na Rio +20, considerando que, se a expansão for feita de maneira equivocada, não será possível remediá-la depois, criando um ônus de proteger áreas não prioritárias e dificultando a criação de unidades futuras nos lugares certos. "Será um tiro no pé."
Alga calcária abriga vida no fundo do mar
Herton Escobar
Os recifes de coral não são a única "cobertura viva" do Banco de Abrolhos. Nem a maior. Segundo um mapa inédito produzido pela Rede Abrolhos, cerca de 43% do leito marinho do Banco - cerca de 21 mil km², uma área equivalente à do Estado de Sergipe ou da Grande Barreira de Corais da Austrália - é coberto por estruturas esféricas de algas calcárias, chamadas rodolitos. Cada rodolito funciona como um minirrecife, poroso e cheio de reentrâncias, que serve de abrigo para pequenos invertebrados, proporcionando um ambiente muito mais complexo e rico biologicamente que um simples fundo de areia.
"É uma capa calcária viva e cheia de vida", diz o biólogo Gilberto Menezes Amado Filho, do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Uma constatação científica que, segundo ele, altera o paradigma de como se olha para a plataforma continental no Brasil - uma área descrita pelo Ministério das Minas e Energia como "a última fronteira da mineração brasileira". "Não é só uma estrutura mineral inerte, é uma estrutura biológica ativa, fotossintetizante", defende o biólogo.
As algas calcárias são vegetais, mas não como os que estamos acostumados a ver na superfície. São organismos incrustantes, que se fixam sobre algum substrato - um grão de areia, um pedaço de concha - e crescem em camadas concêntricas, que vão se sobrepondo umas às outras. "Como as camadas de uma cebola", nas palavras de Amado Filho.
Para sobreviver, fazem fotossíntese. E, associado à essa fotossíntese, fazem um processo chamado de biomineralização, retirando carbonato de sódio da água e transformando-o em carbonato de cálcio, que é depositado na forma de um esqueleto calcário rígido.
Um processo que, dependendo das circunstâncias e das espécies envolvidas, pode dar origem tanto a recifes de coral (que, apesar do nome, são em grande parte construídos também por algas calcáreas) quanto rodolitos. Em Abrolhos, ocorrem as duas coisas. Mas só a primeira era devidamente conhecida e valorizada até recentemente.
Os rodolitos, redondos, ficam soltos no fundo e rolam para lá e para cá de acordo com a vontade das marés. O tamanho varia com a idade, com diâmetros que podem chegar a 25 cm. Datações por radiocarbono realizadas nos núcleos de alguns rodolitos indicam que eles podem ter mais de 8 mil anos.
"Eles estão aqui há muito tempo, mas nada garante que eles estarão aqui para sempre", diz o biólogo americano Les Kaufman. Assim como os recifes coralíneos, os rodolitos correm risco de serem "dissolvidos" pela acidificação dos oceanos, um fenômeno associado ao aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Sopa de algas. Ao longo de sete dias no mar, numa expedição organizada pela ONG Conservação Internacional, o Estado mergulhou com pesquisadores em vários pontos de fundo de rodolitos no Banco de Abrolhos - em áreas onde ocorrem também as chamadas "buracas", depressões arredondadas no substrato marinho, descobertas no processo de mapeamento por sonar.
Encontrá-las da superfície, mesmo com o auxílio de GPS, não foi fácil. Nesta época do ano, quando a movimentação da água é menor, os bancos de rodolitos ficam forrados de macroalgas- estas, sim, plantas como as que estamos acostumados - de até 1 metro de altura. O fundo do mar mais parecia uma plantação de soja, daquelas bem verdes e vistosas, à perder de vista no interior de Mato Grosso.
"Veja só essa quantidade de biomassa. É incrível", impressiona-se Kaufman, ao ver as imagens enviadas por um robô submarino, guiado por controle remoto de dentro da embarcação.
Essas grandes algas não estão crescendo sobre a areia; cada muda está fixada num rodolito. As que se soltam ou morrem são arrastadas pela correnteza para dentro das buracas, que ficam entupidas até a boca de algas em decomposição. Uma concentração de matéria orgânica tão densa que as ondas acústicas do sonar do barco não conseguiam atravessá-la, impossibilitando-nos de fazer uma leitura precisa de sua profundidade. Tudo que víamos ao mergulhar eram "caldeirões" transbordando com uma "sopa" de algas.
"As buracas acabam funcionando como reatores de fermentação, importantes para a reciclagem de nutrientes", explica Rodrigo Leão de Moura, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador da Rede Abrolhos. A matéria orgânica que é decomposta dentro delas volta para a base da cadeia alimentar, alimentando o plâncton, que alimentará os peixes, que eventualmente alimentarão os pescadores. No inverno, as algas desaparecem e as buracas, algumas com dezenas de metros de diâmetro, passam a servir como pontos de refúgio e agregação de grandes cardumes.
Conectividade. Os campos de rodolitos por si só não agregam tantos peixes, mas servem como corredores de conectividade entre as áreas de recifes, permitindo que organismos marinhos, desde larvas a peixes adultos, transitem com maior segurança de um lugar a outro. "Comparado a um fundo de areia, os rodolitos são um ambiente muito mais ameno para o deslocamento de muitos animais", diz Moura. "É uma matriz de conectividade muito mais eficiente."
Ele chama atenção para o fato de que só uma parte ínfima do banco de rodolitos está dentro do parque nacional. "É talvez o maior banco de algas calcárias do mundo e praticamente 0% dele está protegido", observa Moura. "O delineamento de estratégias de conservação para áreas recifais precisa levar em conta essa conectividade, assegurando corredores de hábitats para o deslocamento de jovens e adultos e a proteção de áreas críticas, que podem favorecer a exportação de ovos e larvas, tais como os locais de agregação reprodutiva", completa.
Turismo local está em decadência
Fábio Negrão olha para as águas azuis ao redor do nosso barco, que flutua a leste do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, e sonha. "Imagine se isso aqui também fosse parque", diz ele, mergulhador profissional e secretário de Turismo, Esportes e Meio Ambiente de Caravelas, o município que serve de porta de entrada para Abrolhos, no extremo sul da Bahia.
Apesar de todas as belezas marinhas da região, famosa pela biodiversidade colorida de seus recifes e pela elegância das baleias-jubarte que vêm todos os anos se reproduzir e cuidar de seus filhotes ali, o turismo de Abrolhos está em decadência. Principalmente nos últimos cinco anos, desde que o aeroporto de Caravelas foi fechado.
O acesso à cidade, que fica a três horas de carro de Porto Seguro, ficou mais difícil, enquanto o acesso a outros destinos de mergulho, mesmo no exterior, ficou mais fácil, beneficiado por dólar baixo, estabilidade econômica e maior oferta de voos e serviços para lugares paradisíacos como Bahamas e Antilhas Holandesas. "Ficou mais fácil viajar para o Caribe que para Abrolhos", resume Negrão.
Os resultados, segundo ele, são os seguintes. O número de agências de turismo com escritório em Caravelas caiu de sete para dois. O número de embarcações credenciadas para trabalhar com turismo de mergulho e observação de baleias caiu de 30 para 7. O número de leitos de hotelaria passou de 700 para cerca de 250 - que passam boa parte do tempo vazios. Várias pousadas fecharam. Muitos dos moradores tradicionais que trabalhavam com o turismo na cidade ou como marinheiros nas embarcações foram embora ou passaram a sobreviver da pesca ilegal, feita com o uso de compressores e arpão.
Abrolhos, dizem os locais, "caiu no esquecimento". Mas há sinais positivos no horizonte. O governo federal incluiu Abrolhos como um dos destinos turísticos para a Copa do Mundo de 2014. O aeroporto de Caravelas está sendo reformado e há uma mobilização de prefeitos e lideranças locais para melhorar os serviços e recolocar a região no mapa, segundo Negrão. Associado a tudo isso, diz ele, a expansão da rede de áreas protegidas seria uma maneira de assegurar a preservação das belezas submersas de Abrolhos, que são seu maior atrativo.
As águas mais azuis, "tipo Caribe", diz ele, estão para fora do parque, onde o mapeamento por sonar feito pelos cientistas revelou a presença de buracas e de novos naufrágios, que estão sendo avaliados como pontos de mergulho recreativo.
Negrão defende a ampliação do parque e cobra a implementação da APA Ponta da Baleia-Abrolhos, que "daria condições melhores de pesca para as comunidades costeiras".
No parque nacional, onde só o ecoturismo e a pesquisa são permitidos, a visitação caiu nos últimos cinco anos também, apesar de um pequeno aumento de 2010 para 2011, com cerca de 4 mil visitantes. O parque tem cinco ilhas rodeadas de recifes bem conservados, que servem de hábitat para cinco espécies de aves marinhas.
OESP, 01/04/2012, Vida, p. A30-A31
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-mergulho-nos-recifes-invisiveis-de-abrolhos,856115,0.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,governo-quer-levar-proposta-a-rio20,856123,0.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,alga-calcaria-abriga-vida-no-fundo-do-mar,856119,0.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,turismo-local-esta-em-decadencia,856127,0.htm
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